Se tem algo que a maioria dos fãs dos X-Men nos quadrinhos pode afirmar com certo pesar, é que os mutantes nunca receberam seu real potencial em adaptações para o cinema.
Com filmes contando histórias boas, como X-Men 2 e X-Men: Primeira Classe, e outros sendo total fracasso de roteiro, como X-Men Origens: Wolverine, o time de Charles Xavier volta mais uma vez para os cinemas com os mais recentes intérpretes dos mutantes que estão há 16 anos em Hollywood.
James McAvoy, Jennifer Lawrence e Michael Fassbender dão o ar de suas graças para a pele de personagens que possuem um potencial ainda desperdiçado nos cinemas. Por um lado, é bom voltar a assistir aos X-Men sendo dirigidos por Bryan Singer. Por outro, desagrada ver que um universo tão denso como este é utilizado apenas para contar histórias bacanas.
Os personagens, o panorama histórico, tudo que criou os mutantes traz imensos debates sociopolíticos. Porém, nos cinemas, parece que o que os estúdios querem é atrair mais e mais pessoas com uma história que é bem contada, com atores famosos, mas que não acrescenta nada além disso.
Vemos um ícone dos quadrinhos, que é a Mística, sendo completamente levada para um lado que não condiz com sua postura original, apenas pelo fato de ser interpretada por Jennifer Lawrence. A atriz acabou ficando maior que seu próprio personagem.
Vemos, em pequenos arcos da trama, histórias serem criadas do nada, ou simplesmente ignoradas, para justificar ações de personagens em determinados momentos. A ausência de consistência sobre alguns personagens atrapalha a consistência do universo cinematográfico construído com a franquia, já cheia de buracos em sua timeline.
Apocalipse, como vilão título da história, acaba se tornando mais um agente do caos do que um personagem bem estruturado. Tudo o que ele faz é um mindset padrão de vilão de Hollywood, e o potencial de Oscar Isaac como ator acaba não sendo bem explorado.
Apesar dos pesares, como um filme isolado, X-Men: Apocalipse ainda conta uma boa história; mas vamos esperar para que alguém ainda veja que os X-Men são muito mais do que uma história bem contada individualmente.
Resultado positivo, no final das contas; e que venha Wolverine para maiores de 18 anos!
PS: Fique até o final dos créditos