Os gamers sofrem há anos quando vão assistir às adaptações cinematográficas de suas franquias favoritas. O mais icônico de todos esses fracassos é o filme do Mario Bros, adaptado da maneira mais grotesca possível.
Após seu anúncio oficial, contando com a produção da própria Blizzard, WarCraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos tinha um fardo mais pesado que o de Frodo para carregar. Era um novo lampejo de esperança para os gamers de todo o mundo.
Com uma vasta mitologia, o diretor Duncan Jones tinha a árdua tarefa de adaptar boa parte do background do maior MMORPG da atualidade sem decepcionar os fãs e transportando com eficácia os não-familiarizados com o mundo de Azeroth.
A história começa com uma abertura fantástica, introduzindo o espectador nas principais motivações dos orcs. Logo de cara, já é possível compreender a batalha por sobrevivência dos orcs, principalmente do Clã do Lobo Gelado, liderado por Durotan.
A trama dos humanos da Aliança é entrelaçada com a dos orcs logo no início; porém, deixada mais como um fio condutor da história geral, deixando os personagens da raça dos homens mais como secundários. Inclusive, boa parte das falhas do filme está dentro do arco dramático dos humanos.
Da metade do filme em diante, a montagem peca pelo seu ritmo corrido, deixando claro que necessitava mais tempo para algumas cenas se desenrolarem de maneira mais fluida e natural. Principalmente quando os conflitos envolviam os guerreiros da Aliança, o arco parecia ser mais um trampolim para retornar para o dilema da Horda. Claro, os humanos como secundários, no geral, não é um problema, pois o pecado dramático se encontra mais na (apressada) montagem final do filme, já que a trama é bem embasada.
Graças à edição corrida e, às vezes, artificial, WarCraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos ainda não é a redenção definitiva dos game movies, mas é um grande passo para frente.
No final das contas, apesar dos pesares, resultado positivo, universo fiel para os fãs e bem apresentado para os leigos, protagonistas (orcs – #ForTheHorde) bem motivados, e que venha Assassin’s Creed para, ao lado da Aliança e da Horda, acabar de vez com a maldição das adaptações cinematográficas de jogos!