Quando foi lançado, em 2013, o primeiro Truque de Mestre chamou a atenção do público. Com mágicas megalomaníacas e absurdas, a Lionsgate conseguiu juntar um elenco de peso e um roteiro interessante para criar um filme bastante divertido. Após o sucesso, uma continuação era o caminho natural, e assim nasceu Truque de Mestre: O Segundo Ato. Sorte dos fãs? Nem tanto.
Seguindo a conduta do primeiro filme, os quatro cavaleiros seguem as orientações do Olho para desmascarar grandes empresários que abusam da população. A sensação de Déjà Vu é recorrente em alguns momentos, mas é compreensível, visto que os ideais dos mágicos mais famosos do mundo são bem claros desde a primeira parte da história.
Contudo, a continuação se perde em vários pontos. A começar pelas atuações. O elenco é fantástico, mas a direção de atores é muito fraca, especialmente com a nova integrante do grupo, a atriz Lizzy Caplan. A intérprete de Lula tem uma atuação forçada e, em muitos momentos, irritante. Não é válido jogar a culpa somente para Caplan, pois até atores consagrados, como Mark Ruffalo e Jesse Eisenberg, também se perdem em determinadas cenas. Daniel Radcliffe, por sinal, não consegue manter uma atuação estável. Muito bem em algumas passagens, o ator se perde completamente em muitas outras, interpretando um vilão maluco e mimado que poderia ser muito mais convincente.
O ritmo do filme também é um problema. Ao contrário do primeiro longa, O Segundo Ato demora a prender a atenção do público, seja pela repetição de algumas mágicas ou pelo exagero com que representam os “poderes” dos cavaleiros (a hipnose utilizada pelo personagem de Merrit McKinney é capaz de dominar o mundo em um estalar dos dedos, por exemplo). Positivamente, o visual das mágicas consegue repetir o esquema do primeiro filme e impressionar a audiência, tanto na história quanto nos cinemas.
Apesar da previsibilidade e da incoerência de alguns dos truques utilizados, a sequência final do filme é muito superior ao restante da produção. Com um roteiro cheio de furos, Truque de Mestre: O Segundo Ato não consegue transmitir o mesmo clima de seu antecessor, especialmente pela tentativa de transformar os protagonistas em personagens da franquia Velozes e Furiosos. No caso, eles conseguem. É basicamente o que acontece nesta continuação, só que os roteiristas substituem os carros por truques de ilusionismo legais e inviáveis.
Entretanto, espero que não sigam outro propósito dos filmes protagonizados por Vin Diesel: o número infinito de sequências. Torço para que tenham terminado as mágicas neste segundo ato, pois um terceiro será muito desnecessário.