Os Irmãos Coen são conhecidos por usar o pano de fundo de Velho Oeste para histórias que abordam o ser humano em sua essência. Os clássicos Bravura Indômita e Onde os Fracos Não Têm Vez são bons exemplos disso. Em The Ballad of Buster Scruggs, os diretores voltam a esta mesma proposta, porém de um jeito muito mais caricato e com uma proposta narrativa diferente: 6 histórias diferentes que abordam uma mesma temática.
Originalmente pensado como uma minissérie, Ethan e Joel Coen resolveram que as 6 histórias poderiam compor um longa-metragem. Em curtos períodos de tempo, o filme narra diversos momentos passados no clássico cenário de western, passando pelos mais famigerados temas, como os duelos na rua principal de uma cidade, o assalto a bancos, a corrida do ouro, o conflito com nativos americanos, etc.
Porém, o principal diferencial do filme dos Coen é a temática. Cada história tem em comum não só uma paródia exagerada dos clássicos filmes de velho oeste, como também mostra com grande deboche o quão frágil é a mortalidade humana. Em cada uma das seis histórias, temos um desfecho que beira o surrealismo, roteirizado justamente no intuito de causar estranheza de como a jornada de um personagem pode acabar em um pisca de olhos, sem dar satisfação ou aviso prévio.
Apesar das duas últimas histórias perderem um pouco a dinâmica narrativa dos quatro primeiros contos, a mensagem continua precisa, e os Irmãos Coen mostram mais uma vez sua competência para desenvolver tramas audiovisuais.