Já em sua primeira temporada, Stranger Things chegou prometendo muitas referências e nostalgia para quem cresceu durante os anos 1980. Porém, a série conseguiu ir muito além, transformando o mundo da década de 80 não só em um chamariz para uma geração em busca de saudosimo, mas também em um ótimo elemento de conflito dentro do roteiro.
Em seu segundo ano, Stranger Things mantém a competência, seguindo toda a fórmula que conquistou tantos fãs na temporada passada, além de evoluir cada vez mais todos os personagens envolvidos na história.
Winona Ryder e Sean Astin dispensam elogios, e os atores mirins nasceram para os papéis que interpretam, demonstrando saber a leveza e o peso exigido por cada cena, com um profissionalismo incomum para a idade.
O arco principal tem uma construção ainda mais estável que a da primeira temporada, mesmo que pecando nos momentos em que tenta aprofundar a trajetória pessoal de Eleven. Em entrevistas, é possível ver com ainda mais clareza o cuidado dos Irmãos Duffer para amarrar as pontas deixadas, desenvolver os novos personagens de forma orgânica, e manter toda a magia e carisma do grupo de amigos nerds.
Os elementos de roteiro utilizados na primeira temporada voltam a dar as caras; porém, isso não torna o desenvolvimento da trama saturado, já que foram pontas deixadas pelo desfecho dos primeiros episódios, lançados em 2016. Felizmente, os criadores da série deixaram claro que a ideia para as próximas seasons é explorar o máximo possível do universo construído, sem se prender tanto em deixar pontas soltas, como ocorreu no finale do primeiro ano da série.
Stranger Things certamente está entre as melhores séries originais Netflix, e se provou não ser uma história desenvolvida apenas pela nostalgia, mas também para contar uma incrível narrativa de evolução de personagens.