O tão esperado filme da heroína mais famosa do mundo finalmente estreou e conquistou o público. Lançado na última quinta-feira, Mulher-Maravilha faz parte do novo universo da DC nos cinemas, mas consegue se afastar bastante dos dois últimos terríveis lançamentos: Batman vs Superman: A Origem da Justiça e Esquadrão Suicida.
Não que seja um mérito, mas o filme é muito superior ao dois longas lançados no ano passado. No entanto, não apresenta nada extraordinário e se mantém no mesmo patamar que O Homem de Aço, o que não é algo negativo, visto que o filme é uma das melhores representações do Super-Homem nos cinemas.
Apesar disso, Mulher-Maravilha é histórico, e pode trazer um benefício gigantesco para a indústria de Hollywood. Finalmente temos um bom filme de heróis protagonizado e dirigido por uma mulher, em um contexto no qual as mulheres são essenciais para a narrativa, além de serem as personagens mais “fodonas”.
As atitudes das personagens femininas já mostram como o longa é feminino, feito por uma mulher e mostra o quanto Elas podem fazer o que quiserem. O filme, entretanto, exagera um pouco para comprovar essa importância. O excesso de piadas, situações machistas forçadas e discursos ensaiados e previsíveis é chato e desnecessário, mas não estraga o filme.
A narrativa é boa, especialmente na parte em que conta a origem de Diana. Algumas falhas são observadas, como a falta de bom senso da protagonista na insistência em buscar seu algoz e a ausência de conhecimento sobre as culturas que ela sabe até o idioma. As referências, contudo, são claras, o que torna o filme mais compreensível para todos. Uma pena a batalha final ter um ritmo terrível, muito semelhante ao último confronto de Batman vs Superman: A Origem da Justiça.
Tecnicamente falando, Mulher-Maravilha também apresenta acertos e erros bem claros. O excesso de CG incomoda muito em alguns momentos, e também lembra muito os filmes da DC que antecederam a produção dirigida por Patty Jenkins. A trilha sonora funciona bem, assim como as cenas de ação com as Amazonas, que são muito bem coreografadas e executadas.
O filme peca um pouco no quesito atuação. Robin Wright se dá bem ao fugir de Claire Underwood, mas fica pouco tempo em cena. Já David Thewlis não agrada muito como Ares, mas não por culpa sua, e sim de quem escalou o elenco. Chris Pine apresenta um mais do mesmo de suas atuações, assim como Danny Huston. No entanto, o grande ponto negativo é a protagonista. E positivo também.
Gal Gadot é impecável nas cenas de ação. Os movimentos e as expressões da atriz funcionam muito bem, e são perfeitas para a Mulher-Maravilha. Entretanto, Gadot demonstra uma fraqueza nos momentos de diálogo, que ficam forçados e, em alguns momentos, até amadores. E isso mostra o quanto ela ainda precisa se aperfeiçoar como atriz.
Mulher-Maravilha não é genial, mas é um bom filme de heróis. É, sem dúvida, um fator que nos anima para a estreia da Liga da Justiça. Aos poucos, a DC pode estar se encontrando e caminhando para o lançamento de um filme excelente, para agradar o público, ainda temeroso com as produções de 2016, e, posteriormente, fugir da sombra da excelente trilogia do Cavaleiro das Trevas, criada por Nolan.