Kenneth Lonergan é famoso por seus roteiros (dentre eles, temos filmes com Gangues de Nova York e Máfia no Divã). Porém, diferente de tais histórias, em Manchester à Beira-Mar, longa no qual Lonergan assina a direção e roteiro, vemos um lado muito mais introspectivo do cineasta.
Estrelado por Casey Affleck e Michelle Williams, o filme narra a história de Lee Chandler (Affleck), um homem solitário, que vive em Quincy, Massachusetts, trabalhando como “faz-tudo”. Porém, após o falecimento de seu irmão, Lee se vê forçado a voltar para a sua cidade natal, Manchester.
Durante seu retorno, o personagem de Casey Affleck descobre que seu sobrinho, filho do então falecido irmão, ficaria sobre os seus cuidados. A partir deste momento, Lee sente com tudo o retorno da pressão de todos os motivos passados que o fizeram deixar Manchester, e que lutava diariamente para esquecer.
Há cinco anos sem assinar uma produção como diretor, Kenneth Lonergan soube explorar bem um tema recorrente no cinema: dramas familiares voltados para uma jornada de crescimento pessoal. No entanto, graças a uma direção muito bem pensada e às atuações de destaque de Casey Affleck e Michelle Williams, Manchester à Beira-Mar se destaca da maioria dos filmes desta categoria. Ambos os atores levaram para a tela interpretações que demonstram, tanto fisicamente quanto em suas falas, o peso que carregam a cada dia.
Infelizmente, apesar de suas qualidades e coerências narrativas, a história não traz nenhuma novidade que salte aos olhos do espectador. Trazendo holofotes para o elenco nas principais premiações cinematográficas de 2017, Manchester à Beira-Mar é uma daquelas obras merecedoras dos elogios da crítica, mas que rapidamente entrarão no esquecimento da memória coletiva.