Desde o ano 2000, a franquia dos X-Men é responsável por moldar o universo dos quadrinhos nos cinemas. O primeiro filme, dirigido por Bryan Singer, foi o responsável por dar o ponta-pé inicial para o formato de filmes de heróis com o qual estamos habituados atualmente. Agora, com Logan, a franquia soube, mais uma vez, mostrar como o universo tem potencial para o público adulto.
Desde a estreia de Deadpool, muito se foi discutido sobre um universo cinematográfico de personagens responsáveis por vendas colossais de brinquedos e jogos para crianças em um pano de fundo totalmente voltado para o público adulto. Porém, se o longa-mentragem do mercenário acerta no toque de comédia, Logan vai em cheio no drama, no toque de humanismo que sempre foi marca registrada dos heróis da Marvel.
Hugh Jackman nunca deixou a desejar em suas atuações como Wolverine, mas, concordando com as palavras do próprio ator, se tem um filme dos X-Men que eu recomendaria para alguém conhecê-los, seria Logan. É possível sentir toda a dedicação de Jackman para o personagem durante as duas horas e vinte de filme. Além disso, a atriz Dafne Keen dá vida para a personagem Laura/X-23 de forma totalmente verossímil e madura; algo difícil de se fazer quando o papel dado a uma criança recebe tanto tempo de tela.
Dirigido por James Mangold, o longa faz jus a todo o peso de se carregar o gene mutante em um mundo dominado por humanos, trazendo, também, este conflito dentro da mente dos próprios personagens, com o lado poderoso e humano dos mesmos indo de encontro constantemente. E, mesmo perdendo um pouco do ritmo durante o início do segundo ato, o filme, do início ao fim, deixa o espectador aflito.
Depois de alguns filmes bons e outros terríveis, a franquia dos mutantes teve o seu momento de alívio, podendo respirar tranquilamente. Hugh Jackman se despediu com maestria do personagem que dá vida há 17 anos, Dafne Keen abriu as portas para outros papéis de destaque, e os quadrinhos acabam de cravar um novo formato cinematográfico para suas histórias, voltado para o público adulto.
