A temática de racismo e preconceitos tem sido recorrente no cinema Hollywoodiano nos últimos anos, especialmente em filmes “feitos para Oscar”. No entanto, Moonlight: Sob a Luz do Luar une vários desses temas em apenas um longa, e de maneira intensa e bem feita. O filme já se diferencia ao trabalhar o racismo em dias atuais, e não remetendo ao período escravocrata, como aconteceram em anos anteriores. Ou seja, traz o problema para uma realidade mais próxima do público.
Com um enredo emocionante e cheio de socos no estômago do público, Moonlight: Sob a Luz do Luar tem atuações dignas de Oscar e personagens dignos de abraços e consolações. E esse é um dos pontos fortes do filme. Você se apega aos personagens, especialmente ao protagonista Chiron, que tem fases diferentes e bem intensas, apesar de bem diferentes.
Os atos do filme são muito bem divididos e fundamentais para o envolvimento do espectador com a história. Entretanto, o ritmo poderia ser um pouco diferente. O ápice do filme acontece no segundo ato, fazendo com que o último seja menos empolgante, apesar de ainda ser muito bom e inesperado. Mas, no geral, o roteiro é excelente e adaptado de maneira quase que perfeita.
Moonlight: Sob a Luz do Luar também é satisfatório tecnicamente, especialmente na fotografia, que é belíssima e muito adequado à linguagem do filme. A direção de Barry Jenkins também é ótima, uma pena ele concorrer com Damien Chazelle no Oscar, pois o prêmio parece já ser do diretor de La La Land. Ao utilizar a linguagem da comunidade negra de Miami e a realidade para transmitir mensagens fortes, o diretor consegue fazer com que o público reflita sobre drogas, preconceito, bullying, racismo, homofobia, etc.
Sem dúvidas, Moonlight: Sob a Luz do Luar é um dos grandes filmes dos últimos anos. Tem um pacote completo, que une perfeição técnica, ótima narrativa e mensagens fortes. Que continuem dando mais espaço para produções desse tipo, pois nunca é demais refletir sobre as questões que envolvem nossa sociedade e prejudicam a vida de milhões de pessoas.