Há muito tempo o cinema sofre uma carência de bons filmes de terror na lista das grandes bilheterias. O primeiro Invocação do Mal foi uma das raras exceções, mas agora It: A Coisa chegou para tomar o lugar como o grande longa do gênero lançado nos últimos dez anos, pelo menos. A produção estreou na última semana e tem arrecadado milhões nas bilheterias, merecidamente.
O diretor responsável por It: A Coisa é Andres Muschietti, responsável pelo também ótimo terror Mama, de 2013. Muschietti fez um trabalho impecável em seu novo filme, sabendo aproveitar o hype Stranger Things e a excelente história de Stephen King. Assustador e, ao mesmo tempo, cativante, It: A Coisa é um filme que prende a atenção (e a respiração) do público do início ao fim.
Elementos fundamentais em filmes de terror, como questões sobrenaturais e sustos em grande escala, fazem parte da produção, mas são muito coerentes e adequados às cenas em que foram inseridos. It: A Coisa se sustenta nas crianças que tentam enfrentar o macabro palhaço Pennywise, um vilão muito bem construído e extremamente assustador, por sinal. A atuação de Bill Skarsgard é espetacular e perturbadora.
Os atores mirins também têm um apelo muito forte. O senso de humor e a união do grupo, abalada em alguns poucos momentos, fazem com que a audiência se importe com esses personagens e torça por eles. A comparação com Stranger Things é inevitável, até na questão das bicicletas, mas é válido lembrar que o Clube dos Idiotas existe há bem mais tempo que a série da Netflix, que inclusive utiliza elementos da história de It.
Da mesma forma, o roteiro de It: A Coisa funciona muito bem, assim como os efeitos visuais. A fotografia é belíssima e tem o tom ideal para o filme, assim como a trilha sonora e os demais sons da produção. Ou seja, tecnicamente o longa também é muito satisfatório.
O terror costuma ser muito controverso no cinema, por isso é um estilo muito difícil de ser feito. Mas It: A Coisa utilizou muito bem todos os elementos narrativos e técnicos para ser um dos grandes filmes do gênero e, ao mesmo tempo, do ano. Já estamos ansiosos para a parte 2, com os protagonistas já adultos. Enquanto isso, a simpatia por palhaços diminui cada vez mais, o que mostra a eficiência do filme.