Filmes de comédia costumam dividir opiniões. Normalmente encontramos boas e péssimas opções do gênero no mercado cinematográfico, mas poucas vezes temos a possibilidade de assistir a um longa-metragem tão divertido e socialmente relevante como Green Book: O Guia.
Dirigido por Peter Farrelly, o filme conta a história de Tony Lip, um segurança/motorista italiano que começa a trabalhar com Don Shirley, um pianista negro pronto para fazer uma turnê pelo Sul dos Estados Unidos durante a segregação dos anos 1960.
A narrativa é baseada em fatos e conquista o público pelo roteiro. Extremamente coerente e repleto de diálogos impecáveis, o Road Movie faz com que a gente se apegue aos dois protagonistas e se divirta bastante, apesar de também termos vários momentos dramáticos e reflexivos.
O trabalho feito pelos atores Viggo Mortensen e Mahershala Ali (ambos indicados ao Oscar) é impecável. Viggo engordou, criou um sotaque, desembolou o italiano e entrou de cabeça no personagem. Depois de Capitão Fantástico, o ator conseguiu subir ainda mais seu nível de atuação. O mesmo se aplica a Ali. Vencedor do Oscar por Moonlight, ele deve repetir a conquista merecidamente.
Ao lado do roteiro, a dupla é alma de Green Book: O Guia, que também possui uma direção incrível de Farrelly, diretor especialista em comédias e ignorado pela Academia neste ano.
A experiência de Lip e Shirley é simplesmente emocionante, hilária e serve como base para inúmeras discussões sociais. Green Book: O Guia é um dos favoritos ao Oscar de Melhor Filme, e talvez pelo fato de que é impossível você não expressar emoções ao assisti-lo. Cinema é isso, e os membros da Academia têm essa noção. Portanto, não fique surpreso se este, que é o melhor Road Movie dos anos 2010, leve para a casa a principal estatueta da premiação.