Conquistando inúmeros fãs em sua aparição em Capitão América: Guerra Civil, o herói Pantera Negra finalmente recebe o seu primeiro filme solo. A história começa justamente a partir dos acontecimentos do filme de Steve Rogers e Tony Stark, após a morte do rei T’Chaka (John Kani), pai de T’Challa (Chadwick Boseman). Agora, somos levados para Wakanda, um paraíso tecnológico mantido em segredo do restante do mundo.
Já em seus minutos iniciais, o filme nos apresenta breve e brilhantemente à lenda do Pantera Negra e como a presença da figura sagrada influencia diretamente o modelo político e cultural de Wakanda. Daí em diante, acompanhamos a trajetória de T’Challa para se tornar rei, assumindo o trono de seu pai.
A história convence não só por seu roteiro e uma direção incríveis, mas também pelos atores, todos excelentes. Desde os já conhecidos do público, como Andy Serkis e Lupita Nyong’o, até os que estão ganhando destaque graças ao mais recente filme do MCU, nenhum personagem é jogado, mal desenvolvido, ou mal interpretado. Todos funcionam muito bem, e com ótimas motivações. Principalmente o vilão, N’Jadaka /Killmonger, interpretado por Michael B. Jordan.
Killmonger é o vilão mais bem desenvolvido desses 10 anos de MCU quando o assunto é motivação. Em momento algum, você acredita que ele está ali apenas pelo caos, para ser apenas um empecilho para o herói e, consequentemente, desenvolver a história. O espectador compra o discurso do personagem e até compreende os seus motivos.
A trilha sonora também é incrível, tanto o rap de Kendrick Lamar quanto os instrumentais de Ludwig Göransson, que ocupa boa parte do filme, criando uma identidade única através da união de instrumentos da cultura africana com orquestras heroicas.
Apesar de seguir uma fórmula de roteiro relativamente padrão para os filmes solo de heróis Marvel, o diferencial de Pantera Negra é o discurso, pois é um dos mais sérios já desenvolvidos dentro do MCU até então. Sem flertar com estereótipos e clichês, o diretor Ryan Coogler demonstra ser uma das mentes mais capacitadas para construir um discurso atual em cima de universos que já conquistaram gerações passadas (também vimos isso em Creed).
Que venha Vingadores: Guerra Infinita!