A forma mais comum de um ator provar sua incrível capacidade para as artes cênicas costuma ser quando um personagem real cai sobre o seu colo. Lincoln, Ghandi, Martin Luther King, são inúmeros nomes que já apareceram de forma brilhante nas salas de projeção. Em O Destino da Nação, chega a vez de presenciarmos a figura de Winston Churchill, eleita por voto popular na Grã-Bretanha, em 2002, como o maior britânico de todos os tempos.
Gary Oldman, novamente, prova a sua versatilidade como ator, e é quase impossível reconhecer o próprio por baixo do “uniforme” de primeiro-ministro britânico. Oldman se deu ao trabalho não só de pesquisar os trejeitos de Churchill na oratória, como também replica brilhantemente a voz e forma de andar do político.
Porém, se Oldman se destaca no filme, os demais personagens são totalmente apagados. Não por incompetência de seus intérpretes, mas por possuir um roteiro que peca no desenvolvimento da situação de tensão vivida pela Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial.
Não só os personagens se demonstram figuras em cores chapadas, com uma ausência de riqueza de detalhes, como os diálogos não transportam o espectador para a situação que os protagonistas daquele cenário caótico viviam.
Joe Wright (Anna Karenina), apesar de ser um diretor competente, não tem muita “gordura criativa” para trabalhar em cima, já que o roteiro, escrito por Anthony McCarten (A Teoria de Tudo), é muito limitante do ponto de vista técnico.
Ainda assim, o filme é ótimo, e cumpre um papel que não decepciona; mas é carregado inteiramente pela atuação de Gary Oldman e pela fama de Churchill, não sobrando muitos elogios quando tiramos o ator desta equação.
Uma obra que merece, sim, ser assistida, mas que não trará nenhum marco narrativo para o icônico personagem, como visto em filmes como Elizabeth (1998), Lincoln (2012), e O Jogo da Imitação (2014).