O projeto Os Defensores, produzido pela Marvel Television em parceria com a Netflix, está cada vez mais próximo. Porém, faltava contar a história do último dos integrantes da equipe de heróis urbanos da Casa das Ideias. Em sua primeira temporada, Punho de Ferro chega com a proposta de construir a famosa mitologia das artes marciais orientais para o Universo Marvel audiovisual.
Estrelado por Finn Jones, a série conta a história de Danny Rand, um garoto, filho de pais de bilionários, que perde a família durante um acidente aéreo. Após isso, Danny é resgatado por um grupo de monges, praticantes de kung fu, e é levado para a cidade mística de K’un-Lun, localizada em uma outra dimensão, onde recebe treinamentos de kung intensos, e é escolhido para se tornar o próximo Punho de Ferro.
A série começa no momento em que o herói chega à cidade de Nova York, após abandonar as etapas finais de seu treinamento em K’un-Lun. O objetivo de Danny é recuperar a honra e o nome de sua família, dona de uma das maiores empresas do mundo.
Apesar de uma proposta interessante, semelhante à mesma de um certo morcego da concorrência, o seriado possui uma construção narrativa embolada, repleta de nós que não se desfazem no decorrer dos episódios. A série do futuro Defensor consegue trazer momento intrigantes, porém, as resoluções para avançar com a história soam muito artificiais e até mesmo incoerentes.
Os conflitos são criados de maneiras forçadas, deixando o espectador confuso quanto o real objetivo da história, onde ela quer chegar. Em determinados momentos, a narrativa se perde tanto, que se torna confuso concluir quem é realmente o violão da jornada de Danny Rand. Os personagens não possuem um alinhamento concreto, e se perdem dentro do próprio roteiro.
Além disso, diferente das séries anteriores, estreladas pelos demais integrantes da equipe de justiceiros, Rand/Punho de Ferro é um protagonista fraco, e não conquista de maneira alguma. Suas cenas de lutas são secas, faltando ora a elegância das clássicas lutas de kung fu dos cinemas, ora a brutalidade e realismo presenciados em Demolidor.
No quesito roteiro/resolução de conflitos, Punho de Ferro está bem abaixo das histórias dos demais Defensores, sendo sustentada pelo que já foi construído e pelo que virá. Porém, apesar do resultado regular, a experiência de assistir aos episódios da saga de Danny Rand não é algo maçante, sendo suportável seguir tranquilamente a primeira temporada até o fim.