Nesta quinta-feira (16/03) estreia nos cinemas a nova versão de A Bela e a Fera. Protagonizada por Emma Watson, o filme da Disney tem causado uma grande expectativa, especialmente nos fãs mais nostálgicos, ou seja, que viveram a emoção de ver a animação de 1991 quando eram crianças. E além de A Bela e a Fera, outras grandes animações já viraram ou ainda vão se tornar filmes em versões cheias de efeitos visuais e animais computadorizados que se misturam com atores de verdade. Mogli: O Menino Lobo obteve uma excelente bilheteria, e O Rei Leão e Aladdin também devem seguir o caminho (que também deve contar com A Bela e a Fera).
Entretanto, essa reciclagem cinematográfica pode gerar uma discussão: será que Hollywood está perdendo sua criatividade? A dúvida é pertinente, visto que além da Disney, outras produtoras têm feito novas versões de histórias já consagradas com cada vez mais frequência. Contos de Fadas, animações e clássicos do cinema estão sendo readaptados e refilmados todos os anos. Obviamente, os estúdios sabem que a estratégia funciona, e não apenas no universo infantil.
Star Wars: O Despertar da Força, por exemplo, é uma homenagem direta ao primeiro filme da saga criada por George Lucas. Não por acaso, foi um sucesso de crítica e público. Os moldes narrativos (e acontecimentos) são praticamente os mesmos. Méritos dos investidores e roteiristas que souberam se aproveitar da qualidade apresentada por Lucas em 1997 e do fanatismo da audiência pela franquia. Mas este é um caso diferente, visto que um novo leque de personagens foi criado, permitindo que os próximos filmes sejam diferentes (ou não).
Até mesmo em filmes comuns percebemos uma repetição de histórias e temáticas. As comédias românticas têm sido cada vez mais parecidas, assim como os filmes de ação e os longas que trabalham com minorias. Não por acaso, Moonlight e La La Land se destacaram no Oscar 2017. Apesar de serem drama e comédia romântica musical, respectivamente, os filmes apresentam abordagens que fogem dos padrões que temos visto ultimamente.
O universo das animações também sofre com a falta de originalidade. Por mais que seja legal assistir os personagens de Procurando Nemo de volta às telas em Procurando Dory (por pior que tenha sido a continuação), mas seria muito mais interessante se encantar por novos personagens e novos mundos fantásticos. Contudo, a Disney e a Pixar já repararam isso. Apesar de ainda ter algumas continuações programadas, a Pixar já pretende parar com as sequências após Toy Story 4, e a Disney tem evitado os novos capítulos de velhas histórias já faz um tempo. E tem colhido os frutos, basta ver o sucesso de Frozen, Zootopia e Moana.
Hollywood ainda conta, sem dúvidas, com milhares de mentes criativas que funcionam muito bem. Isso é um fato. Porém, a reciclagem de produtos de sucesso tem sido algo mais cômodo e garantido para diretores e grandes estúdios, e muito por conta dos pedidos do público. Portanto, é fundamental entender que a repetição e a falta de originalidade é “culpa” de todos que fazem, consomem ou admiram o cinema. Afinal, relembrar coisas boas nos faz bem. Só precisamos entender que conhecer coisas novas tão boas quanto às antigas pode ser tão bom quanto. Ou ainda melhor.
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