Um dos principais pontos da saga Star Wars sempre foi o maniqueísmo. Luz contra Escuridão, Jedi contra Sith, Trilogia Clássica contra Nova Trilogia. Em Rogue One, isso foi surpreendentemente diferente. Não de uma forma negativa, mas de uma maneira compatível com um filme que retrata bem uma situação de guerra.
Dirigido por Gareth Edwards, o primeiro spin-off do universo Star Wars traz uma grande dose de originalidade, porém, sem perder a identidade tão querida pelos fãs (incluindo momentos da própria trilha sonora). Um filme que mostra a dualidade fruto das guerras, retratando os conflitos ideológicos dentro da própria Aliança Rebelde.
Determinadas cenas até mesmo se aproximam de conflitos históricos deste nosso humilde mundinho, como a guerra do Vietnã e suas paisagens ricas em palmeiras, águas e explosões. Edwards deixou claro para o espectador que não se trata de um filme sobre os Skywalker, ou sobre os Jedi; é um filme sobre as consequências do domínio imperial na vida dos mais simples cidadãos da galáxia. Inclusive, um dos grandes méritos do filme foi humanizar os planos da Rebelião, ao expor a preocupação de seus integrantes quanto à morte ou feridas de outros (algo que não vemos na Saga Skywalker, quando os rebeldes explodem estações espaciais inteiras sem um pingo de remorso pelos trabalhadores inocentes acorrentados ao Império que ali estavam).
Porém, se Rogue One é competente para humanizar o conflito que levou a Uma Nova Esperança, para os seus personagens, não se pode dizer o mesmo. O longa não foi capaz de trazer personagens cativantes e bem desenvolvidos da mesma forma que J. J. Abrams em O Despertar da Força, e desperdiçou o potencial de grandes talentos, como a atriz intérprete de Jyn Erso, Felicity Jones. Com exceção do dróide K-2SO e de Galen Erso, o carisma da história cai sobre o colo dos personagens já conhecidos pelos fãs, participantes de momentos breves (porém, incríveis) do filme.
Vale ressaltar que a participação de Darth Vader é bem rápida, mas o suficiente para o sith dominar todo o público do cinema. A volta de James Earl Jones como voz de um dos maiores vilões da História do Cinema, somada à direção de Gareth Edwards, tornou Vader o melhor elemento do filme.
Rogue One é uma história Star Wars contada por um ângulo jamais mostrado antes: a ótica de soldados comuns da Aliança Rebelde, e talvez soe desinteressante para o espectador que não é fã da saga. Porém, convenhamos, se você não é fã do universo criado por George Lucas, você já está errado!
May the Force be with you