Voltar a universos mágicos da cultura pop é sempre algo agradável. Seja através do cinema, dos quadrinhos ou da literatura, é muito bom poder reviver personagens que gostamos tanto. Foi assim com Star Wars: O Despertar da Força, O Hobbit e agora com Harry Potter e a Criança Amaldiçoada, oitavo livro da saga do bruxo mais famoso do mundo que foi lançado ontem no Brasil.
O clima nostálgico do livro/texto de teatro é muito bom. Reencontrar o mundo mágico criado por J.K. Rowling é uma experiência única. Entretanto, a obra conta com alguns problemas que incomodam bastante.
Para começar, o formato. Sabemos que o livro é apenas uma reprodução do texto utilizado na peça de teatro londrina que estreou há pouco tempo. Logo, não temos uma leitura normal, e sim uma leitura no formato de roteiro. Para algumas pessoas isso não chega a ser um problema, mas a sensação é estranha. Afinal, não é a mesma coisa de ler os sete livros anteriores.
Da mesma forma, a narrativa de A Criança Amaldiçoada é bem inferior a de seus antecessores. A história não desenvolve em alguns momentos e apresenta muitos clichês. Alguns, inclusive, incomodam muito, e se juntam com soluções narrativas pobres e sem sentido.
Harry Potter e a Criança Amaldiçoada nada mais é do que uma tentativa de levar a história da peça teatral aos fãs que não puderam assisti-la (e obviamente ganhar muito dinheiro com isso). Apesar da fraca história, é uma leitura que os fãs de Harry Potter gostam, pois matam a saudade dos tempos em que as aventuras do bruxo eram algo extremamente relevante em suas vidas. E essa sensação acaba se repetindo durante a leitura. Nesse ponto J.K. Rowling e seus parceiros acertaram. E muito.