Para quem cresceu acompanhando as Tartarugas Ninja, toda história do grupo causa um pouco de nostalgia. Com o novo filme, As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras, o gostinho da infância retorna, apesar das muitas falhas da produção.
O filme tem o humor como grande ponto positivo. As interações e os diálogos entre os quatro protagonistas conseguem captar a essência das Tartarugas Ninja, e são o ápice do longa. Michelangelo é, sem dúvidas, o mais divertido dos quatro (mesmo com o excesso de “awesome”). Donatello faz seu papel de gênio muito bem, assim como Raphael transmite, com maestria, a indignação de alguém que sofre com uma reprovação da sociedade. No entanto, Leonardo é um líder muito abaixo do ideal. Propositalmente, é verdade, mas acaba causando certa irritação conforme a história se desenvolve.
No entanto, ela não se desenvolve muito. O filme se torna cansativo em muitos momentos, especialmente pela falta de ritmo e pelo destaque dado a personagens fracos. Especialmente April, a jornalista interpretada por Megan Fox. Sem expressividade, Megan teve ainda mais espaço nesta sequência. E, assim como no primeiro filme (e como em todos de sua carreira), a atriz não conseguiu atuar de maneira satisfatória. Visivelmente e infelizmente, a beleza da jovem se tornou algo bom para a divulgação do filme. E só para isso.
Stephen Amell (Casey Jones) e Tyler Perry (Dr. Baxter Stockman) também não conseguiram fazer um bom trabalho, apesar de alguns momentos de alívio cômico interessantes. O vilão Super Destruidor, de Brian Tee, continua inexpressível, mas isso acaba sendo adequado para o personagem.
Os efeitos especiais do filme também são cansativos, especialmente na sequência final. Ao contrário da mixagem de som, que é um dos pontos altos do filme. Positivamente, o visual das Tartarugas continua convincente, assim como o do saudoso Mestre Splinter e dos vilões Bebop e Rocksteady.
No geral, As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras é um filme divertido e com clima nostálgico. Bem inferior aos outros produtos já lançados sobre o quarteto, a produção incomoda em vários aspectos, mas consegue ser um bom produto de entretenimento, especialmente para as crianças que são fissuradas com a franquia.
Agora é esperar por uma sequência que continue mantendo o espírito nostálgico, mas desta sem despertar uma vontade absurda de assistir aos filmes antigos para esquecer o que foi visto nos cinemas.